Há coisas fantásticas, não há?
sexta-feira, agosto 31, 2007
quinta-feira, agosto 30, 2007
sexta-feira, agosto 24, 2007
Puro Prazer
A foto não é grande coisa nem ilustra o bem que soube...
É mais uma das delícias de chocolate da minha prima Ana que é uma "chocolateira" de mão cheia. A Ana faz trufas de framboesa, bombons crocantes com frutos secos e arroz trufado, com os melhores chocolates e cacaus, sempre acompanhados de doses extras de requinte e de magia.
O doce da foto, é uma sinfonia de chocolate branco e negro envoltos numa infusão de natas e baunilha, com cardomomo e filamentos de açafrão. Parece estranho? Só vos digo que é de comer e chorar por mais.
Saboreia-se lentamente e com delicadeza.
São servidos?
quinta-feira, agosto 23, 2007
Cabine de Som # 8
On me dit que nos vies ne valent pas grand chose,
Elles passent en un instant comme fanent les roses.
On me dit que le temps qui glisse est un salaud
Que de nos chagrins il s'en fait des manteaux
Pourtant quelqu'un m'a dit...
Que tu m'aimais encore,
C'est quelqu'un qui m'a dit que tu m'aimais encore.
Serais ce possible alors ?
On me dit que le destin se moque bien de nous
Qu'il ne nous donne rien et qu'il nous promet tout
Parait qu'le bonheur est à portée de main,
Alors on tend la main et on se retrouve fou
Pourtant quelqu'un m'a dit ...
Mais qui est ce qui m'a dit que toujours tu m'aimais?
Je ne me souviens plus c'était tard dans la nuit,
J'entend encore la voix, mais je ne vois plus les traits
"Il vous aime, c'est secret, lui dites pas que j'vous l'ai dit"
Tu vois quelqu'un m'a dit...
Que tu m'aimais encore, me l'a t'on vraiment dit...
Que tu m'aimais encore, serais ce possible alors ?
On me dit que nos vies ne valent pas grand chose,
Elles passent en un instant comme fanent les roses
On me dit que le temps qui glisse est un salaud
Que de nos tristesses il s'en fait des manteaux,
Pourtant quelqu'un m'a dit que...
Quelqu'un m'a dit
Carla Bruni
quarta-feira, agosto 22, 2007
Cabine de Som # 6
Meu Namorado
Ele vai me possuindo
Não me possuindo
Num canto qualquer
É como as águas fluindo
Fluindo até o fim
É bem assim que ele me quer
Meu namorado
Meu namorado
Minha morada
É onde for morar você
Ele vai me iluminando
Não iluminando
Um atalho sequer
Sei que ele vai me guiando
Guiando de mansinho
Pro caminho que eu quiser
Meu namorado
Meu namorado
Minha morada é onde for morar você
Vejo meu bem com seus olhos
E é com meus olhos
Que o meu bem me vê
Edu Lobo e Chico Buarque
terça-feira, agosto 21, 2007
Fiz um conto para me embalar...eu não, a Natália!
Fiz com as fadas uma aliança.
A deste conto nunca contar.
Mas como ainda sou criança
Quero a mim própria embalar.
Estavam na praia três donzelas
Como três laranjas num pomar.
Nenhuma sabia para qual delas
Cantava o príncipe do mar.
Rosas fatais, as três donzelas
A mão de espuma as desfolhou.
Nenhum soube para qual delas
O príncipe do mar cantou.
Fiz um conto para me embalar
Natália Correia
quinta-feira, agosto 16, 2007
Família Feliz
Retrato de Família
Reynaldo Fonseca
Ontem fui jantar a um restaurante chinês.
Não gosto particularmente de "chop soys" e "chao mines" mas um dia não são dias.
Mas gosto da primorosa decoração, com dourados e vermelhos, dos painéis luminosos com fontes e pandas, da música, gosto de ler os menus, deliro com os nomes de alguns pratos como "Formiga em cima da Árvore", "Cesta Maravilha", "3 Delícias na Chapa Quente" e "Família Feliz". Os ingredientes são os mesmos, mais bambú menos alga, aquilo sabe tudo ao mesmo.
Para safar a coisa há sempre o gelado de baunilha com nozes caramelizadas e o paninho turco para limpar as mãozinhas.
E para ilustrar o post um retrato de uma família feliz...ou não.
Ah Leão! Ah Tigre da Malásia!
(inspirado em William Blake)
Leão! Leão! Leão!
Rugindo como um trovão
Deu um pulo, e era uma vez
Um cabritinho montês.
Leão! Leão! Leão!
És o rei da criação!
Tua goela é uma fornalha
Teu salto, uma labareda
Tua garra, uma navalha
Cortando a presa na queda.
Leão longe, leão perto
Nas areias do deserto.
Leão alto, sobranceiro
Junto do despenhadeiro.
Leão na caça diurna
Saindo a correr da furna.
Leão! Leão! Leão!
Foi Deus que te fez ou não?
O salto do tigre é rápido
Como o raio; mas não há
Tigre no mundo que escape
Do salto que o Leão dá.
Não conheço quem defronte
O feroz rinoceronte.
Pois bem, se ele vê o Leão
Foge como um furacão.
Leão se esgueirando, à espera
Da passagem de outra fera . . .
Vem o tigre; como um dardo
Cai-lhe em cima o leopardo
E enquanto brigam, tranqüilo
O leão fica olhando aquilo.
Quando se cansam, o Leão
Mata um com cada mão.
Leão! Leão! Leão!
És o rei da criação!
Vinicius de Moraes
Não sou muito de ligar a esta coisa dos signos.
Que me perdoem as Mayas, Alcina Lameiras, Paulos Cardosos e Paulos Coelhos, Oráculos de Bellinis, as Vénus que se encontram em Marte e demais esotéricos, mas é coisa que não consulto nem por mera curiosidade, cheira-me sempre a conversa da treta, conversa de encher chouriços (ou colunas nas revistas). Cria-me ânsias.
Mas aqui está um poema dedicado aos nativos de Leão, como estamos em Agosto, achei que era simpático.
Há dias assim, em que acordamos a pensar "E porque não?".
terça-feira, agosto 14, 2007
Corto Maltese
in casa dourada de samarcanda
Luta pela Recordação
Ontem é uma árvore de longas ramagens, e estou estendido à sua sombra, recordando.
De súbito, contemplo, surpreendido, longas caravanas de caminhantes que, chegados como eu a este caminho, com os olhos adormecidos na recordação, entoam canções e recordam. E algo me diz que mudaram para se deter, que falaram para se calar, que abriram os olhos atónitos ante a festa das estrelas para os fechar e recordar...
Estendido neste novo caminho, com os olhos ávidos florescidos de afastamento, procuro em vão interceptar o rio do tempo que tremula sobre as minhas atitudes. Mas a água que consigo recolher fica aprisionada nos tanques ocultos do meu coração em que amanhã terão de se submergir as minhas velhas mãos solitárias...
Nasci para Nascer
Pablo Neruda
Para o pai.
Maria Ferro
sexta-feira, agosto 10, 2007
Cabine de Som # 5
Quand on a que l’amour
A s’offrir en partage
Au jour du grand voyage
Qu’est notre grand amour
Quand on a que l’amour
Mon amour toi et moi
Pour qu’éclate de joie
Chaque heure et chaque jour
Quand on a que l’amour
Pour vivre nos promesses
Sans nulle autre richesses
Que d’y croire toujours
Quand on a que l’amour
Pour meubler de merveilles
Et couvrir de soleil
La laideur des faubourgs
Quand on a que l’amour
Pour unique raison
Pour unique chanson
Et unique secours
Quand on a que l’amour
Pour habiller matin
Pauvres et malandrins
Aux manteaux de velours
Quand on a que l’amour
A s’offrir en prière
Pour les maux de la terre
En simple troubadour
Quand on a que l’amour
A offrir à ceux-là
Dont l’unique combat
Et de chercher le jour
Quand on a que l’amour
Pour tracer un chemin
Et forcer le destin
A chaque carrefour
Quand on a que l’amour
Pour parler aux canons
Et rien qu’une chanson
Pour convaincre un tambour
Alors sans avoir rien
Que la force d’aimer
Nous aurons dans nos mains
Amis, le monde entier
Jacques Brel
Para um fim de tarde de sexta feira...
Private Jokes
A propósito de uma "caracolada com sabor tandoori", de panachês, finos e ginjas, gargalhadas, Turquia Trendy, corredores verdes e outras coisas...
É TÃO BOM
Vale a pena ver
castelos no mar alto
Vale a pena dar o salto
pra dentro do barco
rumo à maravilha
e pé ante pédesembarcar na ilha
Pássaros com cores que nunca vi
que o arco-íris queria para si
eu vi
o que quis ver afinal
É tão bom uma amizade assim
Ai, faz tão bem saber com quem contra
Eu quero ir ver quem me quer assim
É bom para mim e é bom pra quem tão bem me quer
Vale a pena ver
o mundo aqui do alto
vale a pena dar o salto
Daqui vê-se tudo
às mil maravilhas
na terra as montanhas e no mar as ilhas
Queremos ir à lua mas voltar
convém dar a curva
sem se derrapar
na avenida do luar
Letra Sérgio Godinho
Há Sol na Rua
Há sol na rua
Gosto do sol mas não da rua
Portanto fico em casa
Esperando que o mundo venha
Com suas torres douradas
E suas cascatas brancas
Com suas vozes de lágrimas
E as canções das pessoas alegres
Ou pagas para cantar
E à noitinha chega um momento
Em que a rua se torna
outra coisa
E desaparece sob a plumagem
De noite repleta de talvez
E dos sonhos dos que estão mortos
Então desço à rua
Que se estende até a aurora
Bem perto, uma fumaça se espreguiça
E caminho em meio à água seca
Água áspera da noite fresca
O sol não demora a voltar.
Boris Vian
quinta-feira, agosto 09, 2007
quarta-feira, agosto 08, 2007
Fica um pouco mais...
Nadja, 1928
Alice Neel
Só mais uma para o caminho, uma taça de tempo encantado, sortilégio das almas cansadas, as que cantam com olhos vermelhos: “Somos sombras pelos espelhos das cidades”. Só mais uma para o caminho, um troca de beijos às cegas, uma nova promessa gigante, uma dança de urgências na branda violência deste amor alucinado. Só mais uma, pede duas, pede tudo que tudo é de graça, faz o pino, tropeça na praça, esquece a raça, o governo: o inferno é mais honesto, talvez mais terno, que a indiferença. Fica um pouco mais que eu já estou quase bom, que hoje o dia doeu fundo, mas gosto ainda do mundo. Mais uma pró caminho!
Uma para o Caminho
letra JP Simões
música Sérgio Costa
Uma das minhas canções favoritas
E ao anoitecer
deixas viver sobre a pele uma criança de lume
e na fria lava da noite ensinas ao corpo
a paciência o amor o abandono das palavras
o silêncio
e a difícil arte da melancolia
Al Berto